Câncer: tecnologia de CAR-T passará a ser feita no Brasil – Metrópoles
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atualizado
O Brasil está mais perto de produzir os insumos necessários para a realização de terapias CAR-T, técnica que treina as células de defesa do próprio paciente para combater o câncer.
Na última quarta-feira (27/9), a Anvisa aprovou uma nova rodada de pesquisas com a CAR-T no Brasil. Os ensaios clínicos serão feitos com 81 voluntários nos próximos meses.
Além disso, a medida autorizou que parte dos insumos necessários para a realização da nova terapia sejam desenvolvidos no país.
A autorização permite ao Hemocentro de Ribeirão Preto, à USP e ao Instituto Butantan — que atuam em conjunto na pesquisa de CAR-T no Brasil — a criarem os insumos necessários para a realização dos procedimentos. Atualmente, a terapia depende que as células dos pacientes sejam levadas ao exterior para que as infusões sejam preparadas.
O Núcleo de Terapia Avançada (Nutera), localizado em Ribeirão Preto, atuará como fornecedor de insumos para as terapias celulares avançadas, como as células CAR-T.
“A fábrica é uma plataforma que permite manipular células geneticamente modificadas, como é o caso das células CAR-T. A fábrica foi construída em uma área pública, em um hospital que atende quase inteiramente pacientes do SUS. Começamos com o CAR-T19, mas há muitas pesquisas em curso e um futuro promissor pela frente”, afirma Dimas Covas, diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto e coordenador da pesquisa, à Agência Fapesp.
Atualmente, a fábrica tem capacidade de produzir os insumos necessários para atender 13 pacientes a cada 34 dias. “Ainda não dá conta de toda a demanda do SUS. Mas a nossa expectativa é que, em um ano, seja possível fazer 150 casos e ir escalonando esse número com o tempo”, afirma Diego Clé, diretor médico do Hemocentro de Ribeirão Preto e um dos pesquisadores envolvidos.
A terapia CAR-T modifica as células de desfesa do paciente em laboratório, de maneira a treiná-las para que combatam o câncer de forma personalizada. Nos testes realizados no Brasil, um paciente com câncer em fase terminal alcançou a remissão em apenas um mês.
Hoje as células dos pacientes precisam ser enviadas aos Estados Unidos ou à Europa para que essas modificações sejam feitas, o que encarece muito o custo do tratamento. Com a produção no Brasil, os custos vão cair e o acesso, aumentar.
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